Texto
Base:
“Então
ouvi a voz do Senhor, conclamando: Quem enviarei? Quem irá por nós? e eu respondi: Eis-me aqui.
Envia-me!”
Isaías
6.8
Sabe quando vamos a casa de uma pessoa
que mal conhecemos e nos oferecemos para ajudar em qualquer coisa? Ela, claro,
recusa. E quando vamos a casa de uma pessoa muito amiga e íntima, e nos
oferecemos para ajudar como pudermos? Essa pessoa vai se sentir confortável
para nos pedir qualquer coisa. Lavar a louça, varrer a casa, alimentar o
pitbull...
É, as pessoas geralmente não pedem isso.
E quem teria coragem para alimentar um pitbull, ainda que freqüente a casa do
dono diariamente?
O fato é que nos oferecemos por
educação, e também por educação nossos amigos não nos pedem para fazer nada
“estranho”. Mas quando declaramos para o Pai “eis-me aqui” então estamos nos
colocando à Sua disposição para fazermos aquilo que Ele quiser que seja feito.
“Eis-me aqui” é uma declaração muito
séria. A própria Bíblia diz que a palavra tem poder. Se declaramos com nossas
bocas que estamos disponíveis para Deus então precisamos estar disponíveis! Do
que nos adianta insistir em oração que queremos fazer a obra, queremos ir e
pregar, queremos ver o fogo de Deus descendo no altar, se quando Deus nos
revela a tarefa que tem para nós, nós recuamos? “Ah, Senhor, isso eu não sei
fazer” ou “Ah, Senhor, é muito longe”... e por aí vai. Arrumamos tantas
desculpas, e tão convincentes às vezes que até nós acreditamos! Mas Deus não
cai na nossa conversa fiada. Conversa fiada mesmo, porque uma pessoa que diz
estar disponível para tudo a qualquer hora PRECISA estar disponível para tudo a
qualquer hora. Orar de madrugada, pregar nas ruas, alimentar os famintos,
vestir os nus, dar, amar, perdoar.
Como foi dito antes, aquele nosso amigo
íntimo não nos pede nada estranho. Não digo que os pedidos de Deus sejam
estranhos. Cada um deles tem um propósito. Mas da mesma forma que não estamos
acostumados a alimentar o pitbull alheio, não estamos acostumados aos
propósitos de Deus. Imagine um homem pregando na sua rua pelado. Você
acreditaria que ele realmente é um profeta, enviado pelo Senhor, trazendo a
notícia de que parte do povo morrerá, e parte será levada cativa? Ou você riria
dele? Também não sei como reagiria. Menos ainda sei o que faria se o Senhor me
mandasse fazer isso. Eu declarei “eis-me Senhor”, então eu afirmei estar
disposta a fazer o que Ele quiser. Como será que Isaías reagiu? Porque Isaías
pregou nu. Jeremias comeu esterco de vaca. E se fossemos nós? Ouviríamos com
prontidão a voz do Senhor? Colocaríamos em prática Suas ordens? Ou
imaginaríamos ser outra voz qualquer?
Os exemplos de Isaías e Jeremias são
fortes. Contudo, nós fraquejamos ante às coisas mais simples que o Senhor nos
pede. Desde janeiro deste ano o Senhor tem ministrado em meu coração sobre o
louvor através do samba. E quando eu tive a oportunidade de adorá-Lo com um
samba através da dança, ao invés de apresentar-me prontamente a Deus, e parei
para pensar, para refletir. “Ora” – Deus me disse – “você vem falando sobre
isso o ano inteiro e quando surge a chance você foge?” eu falei: “Não, Senhor!
Não vou fugir, vou cumprir com Sua ordenança!” eu nem sei sambar, nunca gostei
de samba, mas a ordem veio de Deus. Veja, foi algo simples o que aconteceu.
Estranho para mim, para minha Igreja, com certeza, mas simples. E nas coisas
simples nós fraquejamos! Louvado seja o Senhor, porque as Suas misericórdias se
renovam a cada manhã! Porque, do contrário, muitos já haveriam caído. Todos
nós, talvez. Mas nosso maravilhoso Deus nos ensina, em cada situação, o que
devemos fazer.
Precisamos ter consciência da
importância de nos colocarmos à disposição do Senhor. Precisamos saber que andar
com o Senhor não é brincadeira. Ainda que incorreto, podemos diante dos homens
recuar com nossa palavra. Mas não diante de Deus. Ele mesmo declara que não
devemos nos apressar em fazer votos. A partir do momento em que selamos com Ele
um acordo, devemos estar prontos para cumpri-lo.
Nós temos, no Brasil, a vantagem de não
enfrentar nenhuma guerra. Os crentes aqui estão a salvo. Porém, os dias
difíceis virão. A Bíblia nos garante isso. Na Europa, as Igrejas já estão sendo
fechadas, e suas prédios virando clubes e bares. Na Ásia, os cristão são
perseguidos e mortos. Na América Central há idolatria, e muitos países praticam
o vodu. Infelizmente, nossa situação tranqüila nos deixa menos alerta a
respeito do que vai acontecer. Sabemos de toda a verdade, afinal, todos já
lemos o livro de Apocalipse. Mas, quando chegar a hora, e o Senhor chamar todos
aqueles que se alistaram para a batalha, como Isaías, declarando “eis-me aqui”,
estaremos prontos? Faremos o que for necessário? Teremos coragem? Seremos
capazes de escolher entre Jesus, e a vida de nossos filhos? Muitos missionários
vivem essa realidade hoje. E nós, estaremos preparados?
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